Jbay

Jbay – Sobre o pico, curiosidades e previsão!

Começou nessa madrugada mais uma etapa do WCT, lá no extremo sul do continente africano, mais precisamente em Jeffreys Bay. A etapa começou positiva para o Brasil.Uma vez que os brasileiros mais bem posicionados do ranking, como Medina, Italo, Mineirinho e Caio Ibelli avançaram direto para o round 3, enquanto Matt Wilkinson- líder do ranking- e John John Florence, 3º colocado, vão para a repescagem no round 2.

Um pouco sobre o Pico: Jbay é uma “micro” cidade, situada a 1 hora de carro de Port Elizabeth. Poderia ser somente mais uma cidadezinha bonita e bem arrumada, na costa da África do Sul. Mas não se engane, essa cidade abriga uma das direitas mais perfeitas e incríveis do mundo, e com muito merecimento abriga essa etapa do WCT.

Considerada por muitos como a melhor direita do mundo, J bay tem 10 sessões diferentes, todas elas com nomes, mas que não se conectam todas. Na verdade, com o swell na melhor direção possível, tamanho certo, com bastante sorte na escolha de onda, e muita habilidade, é possível dropar em Boneyards, passar por dentro em Super Tubes, acelerar muito em Impossible, passar por Salada Bows, Coins, Tubes e acabar em The Point, percorrendo praticamente 1 km nessa jornada épica.

Com ondas lindas, super alinhadas e tubulares que parecem desenhadas de tão perfeitas, JBay pode parecer aos mais desavisados uma onda fácil. Muito pelo contrário, em condições épicas com 6 a 8 pés, a onda é incrivelmente rápida e forte, e são poucos os profissionais que conseguem fazer a linha da onda de forma harmoniosa e sem cometer erros. Imagine para nós meros mortais a dificuldade. Manter a velocidade e uma linha mais alta são fatores críticos para passar as várias seções tubulares, e fazer um cut back dificilmente será uma boa idéia.

Com um bom Swell normalmente os atletas se concentram na seção Super Tubes porque é por lá que estão os tubos mais profundos e a parede mais íngreme para high scores.

As pranchas em JBay. Normalmente os pros usam as pranchas de alta performance em Jbay que proporcionam velocidade, aceleração e mudanças rápidas de direção. Jbay em condições épicas vai requerer pranchas com algumas polegadas a mais que a normal, as chamadas Step Ups.

Nas condições que o campeonato começou, Mineirinho, Kai Otton, Seabass e Nat Young foram de Al Merrick Rookie 15, enquanto que Conner Coffin de Al Merrick Fred Rubble e Jordy Smith com seu modelo Al Merrick Girabbit. Josh Kerr vai usa seu modelo Enough Said da Rusty,  enquanto que Julian Wilson usou a modelo Air 17 da JS. Já Medina surfou com sua tradicional DFK shapeadas por Cabianca, enquanto o mago Kelly Slater usou um dos modelos da sua empresa Slater Designs, provavelmente o modelo Banana que usou também em Fiji.

Alguns dados e curiosidades sobre Jbay:

  • A seção Super Tubes –preferida dos pros hoje em dia- só começou a ser surfada com mais regularidade no final dos anos 60. Antes disso, a onda era considerada rápida demais para as pranchas grandes da época.
  • A seção épica de Endless Summer foi filmada em Cape Saint Francis a 32km de Jbay. Diz a lenda que Bruce Brown confundiu a onda de Cape Saint Francis achando que era Jbay.
  • Em 2011 a revista Surfer considerou Jeffreys Bay a segunda melhor onda do mundo, atrás somente de Pipeline.
  • Kelly Slater é considerado um dos melhores surfistas em Jbay, e já ganhou 4 vezes o campeonato por lá.
  • Joel Parkinson, Mick Fanning, Jordy Smith e mineirinho (no ano que o evento valeu pelo WQS) são os surfistas do Tour que já venceram ali.
  • A água é gelada, fica entre 15-19ºC e a temperatura em terra também é fria, por isso, é comum vermos os Prós se aquecendo em banheiras com água quente nos intervalos das baterias. Um Long John de boa qualidade é indispensável.

E o que a previsão diz para o Jbay Open desse ano?

O primeiro dia da janela de espera (hoje no Brasil) rolou com ondas em torno de 1 metrão com séries maiores, um pouco abaixo das condições ideais para Jbay já que as ondas ficam um pouco rápidas e não conectam tudo, entretanto, com os melhores do mundo na água teve show de Surf em muitas baterias.

O swell vai perdendo força na quinta e sexta- feira e não deve rolar competição nesses dias. Sábado entra um swell maior que o de quarta-feira e deve ser o melhor dia de Surf, possivelmente com vento terral e ondas na casa dos 1,5m e séries maiores. Domingo ainda rola boas ondas e o swell vai diminuindo durante a outra semana. Para os últimos dias da janela de espera, tem um swell de tamanho médio no radar, mas ainda é muito cedo para ter certeza de como esse swell vai entrar.